Nós, o homem
Anderson Braga Horta
Mineiro noturno, escavo
minhas minas de angústia.
Uma luz na testa –
um caminho, antolhos, parede de pedra.
Uno e múltiplo,
solidário e solitário, respiro
pó e treva. E esperança.
Escavo a terra,
mas de mim mesmo extraio as minhas gemas.
Elas brilham no escuro,
iluminam meus medos e meus tédios,
minha força e minha fé.
Ajo e contemplo-me.
Escavo, escravo: de antever-me
lavado em névoas matutinas.
E vou, retórico e despido,
a caminho de mim.
Fonte: Fragmentos da Paixão, Anderson Braga Horta, Massao Ohno Editor, 2000
Uma poesia retrata a alma, o coração e os desejos de quem a escreve. Senão o que o poeta sente, o que imagina sentir ficam nas linhas e entrelinhas dos poemas. Aqui, suave e ponderado, o Eremita dá o ar de sua graça mostrando tudo que podemos tirar de dentro de nós, quando usamos a luz que reservamos para encantar aos outros, para iluminar a nós mesmos. A luz é movida internamente, e incansável o poeta-Eremita cava em busca de suas próprias jóias, do que está escondido até de si mesmo. Ele busca o seu brilho, e nesse caminho a escuridão e a solidão são bençãos para que ele possa enxergar os veios secretos de uma verdadeira mina de ouro.
Anderson Braga Horta
Mineiro noturno, escavo
minhas minas de angústia.
Uma luz na testa –
um caminho, antolhos, parede de pedra.
Uno e múltiplo,
solidário e solitário, respiro
pó e treva. E esperança.
Escavo a terra,
mas de mim mesmo extraio as minhas gemas.
Elas brilham no escuro,
iluminam meus medos e meus tédios,
minha força e minha fé.
Ajo e contemplo-me.
Escavo, escravo: de antever-me
lavado em névoas matutinas.
E vou, retórico e despido,
a caminho de mim.
Fonte: Fragmentos da Paixão, Anderson Braga Horta, Massao Ohno Editor, 2000
Uma poesia retrata a alma, o coração e os desejos de quem a escreve. Senão o que o poeta sente, o que imagina sentir ficam nas linhas e entrelinhas dos poemas. Aqui, suave e ponderado, o Eremita dá o ar de sua graça mostrando tudo que podemos tirar de dentro de nós, quando usamos a luz que reservamos para encantar aos outros, para iluminar a nós mesmos. A luz é movida internamente, e incansável o poeta-Eremita cava em busca de suas próprias jóias, do que está escondido até de si mesmo. Ele busca o seu brilho, e nesse caminho a escuridão e a solidão são bençãos para que ele possa enxergar os veios secretos de uma verdadeira mina de ouro.
Comentários
Há quanto tempo...
Gosto muito do que vc escreve. Mas gostei mais ainda ao ver um poema de meu tio e padrinho (de quando ainda era cristã), postada em seu blog. Me senti muito feliz e orgulhosa. E, obviamente, sou uma sobrinha coruja... hehehe...
Um grande beijo, em vc e nos filhotes!
Tir Duan (Mel)
O Eremita, que tanto me foi espinhoso... Ainda encontro dificuldade em vê-lo assim, reverberante de conhecimento, quase sempre o que cala em mim é a sua solidão, mas aos poucos, e cada vez mais, estou conseguindo encará-lo como companheiro e amigo ao invés de castrador e carrasco.
Beijos de quem também muito ama você ( eo Bran maisi fofa da dinda!)