O APEGO AO PASSADO - NOSTALGIA QUE MATA
O AMOR ANTIGO Carlos Drummond de Andrade O amor antigo vive de si mesmo, não de cultivo alheio ou de presença. Nada exige nem pede. Nada espera,mas do destino vão nega a sentença. O amor antigo tem raízes fundas, feitas de sofrimento e de beleza. por aquelas mergulha no infinito, e por estas suplanta a natureza. Se em toda parte o tempo desmorona aquilo que foi grande e deslumbrante, o amor antigo, porém, nunca fenece e a cada dia surge mais amante. Mais ardente, mas pobre de esperança. Mais triste? Não. Ele venceu a dor, e resplandece no seu canto obscuro, tanto mais velho quanto mais amor. Em "Amar se Aprende Amando" O poema é lindo, bem construído, e até suave - considerando o estilo por vezes ácido de Drummond - no entanto, ele mostra algo sobre o qual desejo falar e vejo acontecer com uma certa frequência: a incapacidade de seguir em frente. É comum ver muita gente - mulheres principalmente - se agarrar a um amor inesquecível. Aquela história de que um grande amor jamais...